Região e história

A região vitivinícola de Portimão, inserida na Região Demarcada do Algarve, viu aprovados os seus estatutos pelo Decreto – Lei nº 299/90 de 24 de Setembro. A natureza dos seus terrenos e clima conferiram-lhe o direito ao uso da nomenclatura comunitária relativa aos vinhos de qualidade produzidos em regiões determinadas (V.Q.P.R.D.).

 

Há numerosas referências comprovativas da tradição e importância da vinha no Algarve. Durante a ocupação muçulmana, os árabes não só cultivavam a vinha como exportavam o vinho produzido. Após a reconquista, os cristãos aproveitaram e incrementaram a organização económica deixada por este povo.

 

A localização meridional e a protecção assegurada pela barreira montanhosa de Monchique, contra os ventos frios do Norte e a exposição em anfiteatro virada ao Sul, fazem com que o clima seja acentuadamente mediterrânico, quente e sub-húmido, pouco ventoso, amplitudes térmicas muito reduzidas e com uma média de insolação acima das 3.000 horas de Sol por ano.

 

Os solos de natureza argilo – calcários, a temperatura, a baixa pluviosidade, a exposição e a alta insolação fazem do concelho de Portimão uma região impar para a produção de vinhos de altíssima qualidade.

 

A produção dos vinhos nos meados do século XX tinha origem em adegas particulares, de realçar que a Vila de Alvor chegou a possuir cerca de 17 Adegas. A principal organização associativa, Adega Cooperativa de Portimão, foi criada em Julho de 1955, com a capacidade para cerca de 1 milhão de litros, a sua produção máxima foi no ano de 1980, onde atingiu o valor de 459.892 litros de vinho. Na segunda metade da década de oitenta, ao envelhecimento das vinhas adicionaram-se os subsídios da C.E.E. para o arranque, aliado à elevada procura de terrenos para o turismo, levaram ao abandono de muitas vinhas e a um abaixamento muito significativo da produção. A partir da Segunda metade da década de 90 foram instaladas novas vinhas no concelho de Portimão, as de maior envergadura situam-se nos Morgados da Torre e do Reguengo.

 

Em 1999 foi criada a Adega do Morgado da Torre, que se situa no Morgado da Torre, Sítio da Penina, junto à povoação da Figueira. O Morgado da Torre, uma das mais antigas propriedades do concelho, desde 1865, tem hoje um total de 162 hectares, divididos por citrinos, cereais de regadio, montado de sobro, frutos secos e uma área de 20 hectares de vinha toda com potencial para a produção de vinhos com denominação de origem controlada "Portimão" e " Vinho Regional Algarve".